Setor de Herpetologia do MHN participa da elaboração da Lista de Espécies Ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente
Por Assessoria
Através do Centro Nacional de
Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios, o Ministério do Meio Ambiente
coordenou oficinas de avaliação de riscos de extinção às espécies da
herpetofauna brasileira para a elaboração de Planos de Ação Nacional – PAN.
Durante cinco anos de reuniões
estaduais, regionais e nacionais, foram consultados inúmeros pesquisadores
especialistas, tendo como resultado a publicação da Lista das Espécies da Fauna
Brasileira Ameaçadas de Extinção em dezembro de 2014.
O setor de herpetologia do Museu de
História Natural - MHN/UFAL esteve presente em algumas oficinas regionais e nacionais, representado pela coordenadora do setor, a bióloga MSc. Selma Torquato, junto com pesquisadores voluntários vinculados à instituição, os biólogos Ubiratan Gonçalves da Silva, Barnagleison
Lisboa, Ingrid Tiburcio, José Araújo Vieira Neto e o Prof. Dr. Gabriel Skuk (in memoriam).
PAN para conservação das espécies de répteis e anfíbios ameaçados da Mata Atlântica Nordestina (Natal - RN, agosto - 2012). Foto: Ingrid Tiburcio. |
Segundo Selma Torquato, para se chegar
ao ponto de indicar quais espécies estão sofrendo algum risco de ameaça, foi
preciso, antes de tudo, conhecer através de inventários das faunas nas suas
localidades naturais de ocorrência.
“Isso foi feito, normalmente, com
trabalhos de rotina em diversos fragmentos de mata, tendo contribuído para a
indicação de espécies que estejam sob algum grau de ameaça”, relatou a bióloga. Dentre
os locais onde foram realizados os trabalhos de campo estão a Mata do Catolé,
Maceió, AL; a Estação Ecológica de Murici, Murici, AL; a Mata da Serra da
Saudinha, Maceió, AL e a Mata da Salva, Rio Largo, AL.
Pesquisadores do MHN em trabalho de campo na ESEC Murici. Foto: Ludmilla Nascimento |
O objetivo é não só
identificar as espécies, mas também preservá-las. É o que explica Selma Torquato. “O ponto inicial é identificar as espécies que ocorrem, em
seguida as abundâncias das populações e a partir disso inferir o estado de
conservação das espécies dessas taxocenoses, grupos de animais que vivem no
local, e indicar quais as necessidades para a manutenção dessas populações”,
ressaltou a pesquisadora.
Com relação aos animais enquadrados
em algum risco de extinção, Selma afirma que no Brasil 80 espécies de répteis
foram categorizadas em algum grau de ameaça, dos quais 5 serpentes e 5 tartarugas marinhas ocorrem no Estado de Alagoas. Já em relação aos
anfíbios foram apontadas 41 espécies no território brasileiro, onde no Estado ocorrem 5, das quais 2 são endêmicas, ou seja, têm a sua distribuição
exclusiva no território alagoano.
Sobre o que mais preocupa diante
do quadro exposto, a especialista afirma que são essas espécies com
distribuição extremamente restrita. “Se o local onde a espécie ocorre sofrer
algum tipo de intervenção que descaracterize o ambiente e comprometa a
manutenção das suas populações, a espécie desaparece do mapa, entra em
extinção”, completou a bióloga.
Com relação às espécies que ocorrem em Alagoas e que constam nessa lista, tivemos espécies de anuros (pererecas e sapos): Agalychnis granulosa - VU, Chiasmocleis alagoanus - EN, Crossodactylus dantei - EN, Phyllodytes gyrinaethes - CR e Physaelemus caete - EN.
A:
Agalychnis
granulosa - VU (Foto: Filipe
Nascimento), B: Phyllodytes gyrinaethes - CR. Foto: Barnagleison Lisboa
|
Saiba mais...
O objetivo do PAN é estabelecer
metas e compromissos que contribuam para a conservação das espécies ameaçadas
ou insuficientemente conhecidas, mas com possibilidades de sofrer ameaça. Os
critérios usados para as avaliações são os mesmos da União Internacional para a
Conservação da Natureza (IUCN), onde as categorizações progressivas são: vulnerável
(VU), em perigo (EN), criticamente ameaçada (CR) e extinta na natureza (EX).
Confira a lista de espécies ameaçadas no link abaixo:
Confira a lista de espécies ameaçadas no link abaixo:
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