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Mostrando postagens de 2021

A farinha é feita de uma planta da família das euforbiáceas

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 “Farinha” é um dos clássicos do cantor e compositor de música popular brasileira, Djavan, ilustre alagoano. Por sinal, você já percebeu como essa canção nos permite refletir sobre a alimentação enquanto aspecto cultural? É justamente sobre isso que gostaríamos de discutir nesta matéria. Para tanto, citamos o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, para quem a cozinha se mostrou um meio universal pelo qual a natureza é transformada em cultura (WOODWARD, 2014). Afinal, os indivíduos geralmente estabelecem com a comida uma relação identitária que lhes permite falar de si mesmos, dos seus lugares no mundo e da sua cultura, o que podemos constatar nos versos de “Farinha”, dentre os quai destacamos: “você não sabe o que é farinha boa, farinha é a que a mãe me manda lá de Alagoas” (DJAVAN, 2001). Arte/Divulgação: MHN/Ufal. Se procurarmos o significado de cultura na literatura encontraremos definições falando dos saberes e costumes que rodeiam uma sociedade. De fato, a cultura envolve os háb

Fauna: o universo, as cores e as causas de Ana Cahu

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Exposição destaca questões relacionadas ao meio ambiente Carlos Fernandes “Fauna” é o título da exposição em cartaz no Complexo Cultural do Teatro Deodoro, que reabriu na última segunda-feira, 12 de julho, graças ao novo decreto estadual que relaxou algumas medidas restritivas de combate ao novo coronavírus. Trata-se de um conjunto de cerca de 70 obras da artista visual contemporânea, Ana Cahu, o qual aborda, frequentemente com formas e cores vibrantes (Figura 1), questões importantes do presente relacionadas com o meio ambiente, tais como as queimadas (Figura 2) e as ameaças à biodiversidade.   Figura 1.  “Vibrante 02”, série “Fauna”. Foto: Carlos Fernandes. Figura 2.  “Queimadas 01”, série “Fauna”. Foto: Carlos Fernandes. De fato, as taxas de devastação florestal crescem assustadoramente no Brasil. Somente em 2020 o desmatamento subiu 14%, nos seis biomas brasileiros. 99% do que é desmatado faz-se de forma ilegal, o que justifica plenamente as preocupações da artista Ana Cahu com a

Será que durante a pandemia as outras doenças tiraram férias?

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       Neste texto vamos dar continuidade à série de conteúdos produzidos por estudantes do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Alagoas, que estão realizando um dos seus estágios aqui no Museu de História Natural. Esse é o segundo conteúdo, de uma série de três, que dialoga com os nossos interesses e atividades. Feita a apresentação, vamos ao texto.      Além do enfrentamento da atual pandemia, a falta de controle de um velho conhecido nosso, o mosquito Aedes aegypti , contribui para a incidência de dengue, chikungunya e zika no Brasil, principalmente no período de março a junho. Dessa forma, foi observado que os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), que já apresentavam deficiências no atendimento para diversas doenças, tiveram que se readaptar durante esse período para enfrentar e suprir as demandas encontradas (MASCARENHAS et al, 2020).      Com isso, surge uma imensa preocupação com doenças que chamamos de DOENÇAS NEGLIGENCIADAS, que apresentam maior impacto

Pandemia & Biodiversidade: uma coisa tem a ver com a outra?

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Fonte: arte de Devid Tenório, (2021). Sim, e neste texto contamos como. Mas antes, permitam-nos mencionar que este conteúdo foi produzido por estudantes do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Alagoas que estão realizando um dos seus estágios aqui no Museu de História Natural. Esse é o primeiro conteúdo de uma série em que eles vão discutir conosco pelo menos outros dois temas que dialogam com as nossas atividades. Pois bem, feitas as honras da casa, vamos ao texto! Quando falamos em biodiversidade não devíamos ignorar que a diversidade de seres vivos que o conceito busca expressar nos inclui, os humanos, enquanto seres que se relacionam com a natureza e atribuem múltiplos significados a ela. Um desses sentidos, que precisamos superar, ressaltamos, é uma visão de que a natureza e a sua biodiversidade são meramente fontes de recursos naturais que servem para atender as nossas necessidades básicas, como a alimentação, e outras um tanto quanto supérfluas, como a últim

Vamos conhecer os girinos? Chave interativa para identificação dos girinos da região norte da Mata Atlântica acaba de ser disponibilizada

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       É com grande prazer que apresentamos a versão interativa da "chave de identificação dos girinos da região norte da Mata Atlântica", construída baseada na versão original disponível no artigo " Morphological characterization and taxonomic key of tadpoles (Amphibia: Anura) from the northern region of the Atlantic Forest " publicado ano passado na revista científica Biota Neotropica ( https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676-06032020000200801&script=sci_abstract&tlng=pt ), contando com participação de membros do Setor de Herpetologia do MHN em associação com pesquisadores de outras instituições do país. Essa versão interativa em português conta com dicas, esquemas, fotos e descrições de características para auxiliar na identificação. Esperamos que essa ferramenta auxilie profissionais e desperte o interesse de estudantes e curiosos sobre o estudo dos girinos. Veja como utilizar!! A chave interativa possui uma versão em documento PowerPoint, ide

Expedição traz informações sobre espécie de rã alagoana

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 Você sabia que existe uma espécie de rã que foi encontrada pela primeira vez em Alagoas e por isso leva o nome do estado?  É a rãzinha Chiasmocleis alagoana . Apesar de ter sido descrita há mais de 20 anos, existia pouca informação sobre sua biologia. Mas, em pesquisa publicada no fim do ano passado, um grupo de pesquisadores do setor de Herpetologia (que estuda répteis e anfíbios) do MHN, em parceria com colaboradores de outras instituições, apresentou valiosas informações sobre a reprodução e a morfologia dessa espécie, fruto de inúmeras expedições de campo ocorridas em 2011.