Colecionador tem vida de dedicação e amor aos minerais

O arapiraquense doador de grande parte do acervo que compõe o setor de Geologia do MHN foi homenageado no Fim de Semana no Museu 

 Graziela França- estudante de Jornalismo




Um autodidata, com a vida dedicada aos minerais desde sua mocidade, seu Eraldo de Lima Silva, 85 anos, estudou e pesquisou sobre esses materiais nas jazidas de Arapiraca, no agreste alagoano. Ele espalhou essa paixão entre os cinco filhos e a esposa, e eternizou parte de seu acervo pessoal doando peças ao setor de Geologia do Museu de História Natural (MNH) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

No último Fim de Semana no Museu, seu Eraldo recebeu uma homenagem pela contribuição com o acervo do MHN e pelos estudos na área. Ao lado da família, acompanhou tudo com olhar atento e com seu bom humor de sempre.

Na ocasião, sua história foi contada por um de seus filhos. Influenciado pelo pai, Jamerson Cavalcante de Lima também se encantou pelos minerais. “De certa forma o legado dele, que foi um precursor em Arapiraca, acaba ficando para que outros possam despertar e estudar esses minerais. Também permite o acesso a esses materiais que passaram a fazer parte da nossa história”, comentou.

Para o professor Jorge Luiz Lopes, diretor do MHN e responsável pelo setor de Paleontologia, a homenagem é simbólica, diante da amizade cultivada desde que começou a parceria. “O seu Eraldo colecionou parte daquilo que ele sempre foi apaixonado e tem nos dado a honra e satisfação de receber esse material que ele constituiu em toda sua vida”, disse emocionado.

Doações
A ideia de doar parte de seu acervo ao MHN surgiu quando Jamerson e professor Jorge se conheceram em expedições por cavernas baianas e, em seguida, tornaram-se vizinhos. Após contar ao paleontólogo a respeito do acervo e de todo o cuidado de seu Eraldo com os minerais, despertou a curiosidade de conhecer o que o colecionador arapiraquense tinha guardado durante todos esses anos.

 “Eu toquei no assunto e ele [Jorge Lopes] se interessou em conhecer o acervo. Quando ele viu tudo o que tinha, propôs ao meu pai, que essas coisas ficassem expostas no museu. Então ele fez a doação de alguns maquinários de lapidação e minerais, que estão sob a guarda do MHN”, explicou Jamerson.

Professor Jorge conta que o sentimento que seu Eraldo tem por esse tipo de material é algo em comum entre eles. “Ele tem uma paixão por algo que também mexe muito com a gente, que é o amor pelos minerais, pelas rochas. É uma pessoa que dedicou parte do seu tempo a estudar, voluntariamente, buscar e procurar os minerais”, destacou.

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