Estagiários do MHN participam de curso sobre Bioacústica
Pedro Barros - estudante de jornalismo
De 11 a 13 de junho, no auditório da Usina Ciência, os estagiários dos setores de Herpetologia e Ornitologia do Museu de História Natural participaram de um curso de capacitação em bioacústica, ministrado pelo doutorando em biologia animal, André Pansonato, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), campus São José do Rio Preto. O curso também foi destinado a alunos do Programa de Pós Graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos (PPG-DIBICT) do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Bioacústica é o ramo da biologia que estuda os sons dos seres vivos e como eles os usam para, por exemplo, se reproduzir ou defender seu território. "Cada espécie de sapo, rã ou perereca apresenta 'canto' peculiar, único: nenhuma canta a mesma nota ou seqüência de notas", explica Pansonato.
De 11 a 13 de junho, no auditório da Usina Ciência, os estagiários dos setores de Herpetologia e Ornitologia do Museu de História Natural participaram de um curso de capacitação em bioacústica, ministrado pelo doutorando em biologia animal, André Pansonato, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), campus São José do Rio Preto. O curso também foi destinado a alunos do Programa de Pós Graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos (PPG-DIBICT) do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Bioacústica é o ramo da biologia que estuda os sons dos seres vivos e como eles os usam para, por exemplo, se reproduzir ou defender seu território. "Cada espécie de sapo, rã ou perereca apresenta 'canto' peculiar, único: nenhuma canta a mesma nota ou seqüência de notas", explica Pansonato.
O biólogo André Pansonato fala sobre o estudo dos sons dos animais. Foto: Neto Vieira Araújo. |
O curso foi voltado para análise bioacústica de anfíbios anuros e aves, embora não se restrinja a essas classes. "Dentre os animais vertebrados que possuem grande capacidade para emitir sons, como as aves, alguns mamíferos (golfinhos, primatas e morcegos) e os anfíbios anuros (anfíbios que não tem cauda quando adultos, como os sapos, rãs e pererecas), estes últimos constituem um grupo notável por apresentar comunicação acústica (vocalizações) bastante variada e específica", analisa o pesquisador.
Além de auxiliar o estudo comportamental, a bioacústica ajuda na identificação das espécies: através dos sinais acústicos é possível diferenciar seres que são muito similares entre si mas que pertencem a espécies diferentes. Pansonato apresenta como exemplo as espécies pertencentes ao gênero Pseudopaludicola. "São anuros de pequeno tamanho, raramente ultrapassando 20 mm de comprimento total, morfologicamente semelhantes entre si, o que dificulta a identificação com base em caracteres morfológicos externos", explica.
Na dimensão prática do tema, os participantes aprenderam sobre a coleta do áudio em campo e sua análise em laboratório. "Utilizamos o Raven 1.3, um software desenvolvido por pesquisadores de aves, que ajuda, por exemplo, na interpretação dos parâmetros acústicos dos sons", explica Pansonato.
Conforme o pesquisador, o interesse pelos cantos e grunhidos dos animais já ultrapassou os limites da ciência. “Após a edição dos cantos obtidos no campo dá até para fazer sinfonias. Estamos inserindo, aos poucos, informações do meio científico no cotidiano popular, como: toques de celulares, cd’s de cantos (por exemplo, o Guia interativo dos Anfíbios Anuros do Cerrado, Campo Rupestre & Pantanal e o Guia Sonoro dos Anfíbios Anuros da Mata Atlântica) e páginas de informação na internet".
A estudante do 2º período de Bacharelado em Ciências Biológicas da Ufal, Bárbara Virgínia, que participou do curso, conta que não tinha conhecimento sobre a área. "O curso me ajudou a entender mais o que é bioacústica e perceber o quanto ela é importante para a biologia. Achei interessante a diversidade de cantos e espécies dos anfíbios anuros", conta.
Já o pesquisador Barnagleison Lisboa, voluntário do setor de herpetologia do MHN, vê o aprendizado como uma oportunidade para o desenvolvimento da pesquisa científica local. "O curso foi importante para ampliar o estudo da herpetologia [ramo que estuda répteis e anfíbios] em Alagoas", salienta.
André Pansonato desenvolve estudo de ecologia comportamental e taxonomia de espécies do gênero Pseudopaludicola sob orientação de Itamar Alves Martins e Christine Strüssmann, cujas atividades se estendem ao longo da América do Sul e colabora com projetos de pesquisa no Pantanal, ligados ao Laboratório de Herpetologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Cuiabá e no Instituto Nacional de Áreas Úmidas (Inau).
A lista de vocalização do herpeto.org é muito maior que a do ummz, http://herpeto.org/especies/
ResponderExcluirvale a pena conferir