MHN coopera com avaliação sobre a conservação dos anfíbios brasileiros

Pedro Barros - estudante de jornalismo

De 25 a 29 de junho, realizou-se, em Iperó/SP, a IV Oficina de Avaliação do Estado de Conservação dos Anfíbios Brasileiros. O Museu de História Natural (MHN/UFAL) foi representado pelo pesquisador voluntário do Setor de Herpetologia, Barnagleison Lisboa. O evento encerrou a primeira etapa do processo de Avaliação do Estado de Conservação dos Répteis e Anfíbios do Brasil, coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

Desde 2010, o centro realizou quatro oficinas, em parceria com aproximadamente 100 pesquisadores de todas as regiões do País. Conforme o site do RAN (www.icmbio.gov.br/ran), foram avaliadas 906 espécies de anfíbios com ocorrência no território brasileiro. Para determinar o grau de risco de extinção das espécies, foram seguidos os protocolos indicados pela União Internacional para a Conservação da Natureza (International Union for Conservation of Nature - IUCN).

Pesquisadores de todo o País se reuniram para avaliar o estado de conservação dos anfíbios brasileiros.
  
A "Lista Vermelha da IUCN" (http://www.iucnredlist.org) inclui cinco níveis de risco, que vão do "Menos preocupante" (Least Concern - LC) ao "Criticamente em perigo" (Critically Endangered - CE), além de classificar as espécies que já foram extintas regionalmente, na natureza (que só existem em cativeiros, por exemplo) ou aquelas das quais não se encontra mais nenhum representante vivo. Nesta categoria estão animais como o pássaro dodô, o tigre-dentre-de-sabre e os dinossauros.

  • O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres também utiliza os mesmos critérios de avaliação. Em seu site, eles explicam como os animais são classificados nessa lista. Saiba mais.

Conforme a edição de julho de 2012 da revista "Herpetologia Brasileira", até agora uma das espécies avaliadas foi declarada extinta e 14 estão classificadas como "Criticamente em perigo", oito na categoria "Em perigo" (EN), 19 em "Vulnerável" (VU), 27 em "Quase ameaçada" (NT) e 158 em "Dados insuficientes" (DD).

"Os anfíbios são mais suscetíveis a mudanças ambientais em função do ciclo de vida da maioria das espécies ocorrer no ambiente aquático, quando larvas, e no ambiente terrestre após a fase larval, o que os torna bons indicadores de qualidade ambiental, pois a composição e a diversidade deste grupo faunístico pode informar sobre as condições de ecossistemas terrestres e aquáticos simultaneamente", explica a bióloga Selma Torquato, do Setor de Herpetologia do MHN. "Além disso, o tipo de ovo, que necessita de um ambiente úmido, e as dezenas de diferentes formas de reprodução exigem ambientes bastante específicos".

Os próximas passos do projeto são validar, compilar e divulgar os dados obtidos de todas as reuniões. Isso vai culminar na nova lista de espécies de anfíbios ameaçadas do Brasil, que será publicada oficialmente pelo Ministério do Meio Ambiente.

De 27 de agosto a 01 de setembro, em Natal/RN, o Setor de Herpetologia estará presente em oficina para elaboração do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Herpetofauna Ameaçada da Mata Atlântica Nordestina (PAN).

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