Estagiários destacam contribuição do MHN na vida acadêmica e profissional



O Museu de História Natural é um equipamento fundamental para a realização de atividades acadêmicas
Por: Graziela França – jornalista colaboradora 
A paixão pela natureza, animais, interesse em conservação e a curiosidade são alguns dos motivos que fazem estudantes escolherem a Biologia como futura profissão. Em alusão ao Dia do Biólogo, comemorado nesta segunda-feira (3), o Museu de História Natural (MHN) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) destaca a importância e contribuição desses alunos no desenvolvimento da instituição.

Decisão de infância
Cursando o 7º período de bacharelado em Ciências Biológicas, Julia Dantas, estagiária do setor de mastozoologia (mamíferos) do MHN, conta que a sua escolha em seguir esta área aconteceu cedo. “Aos 10 anos de idade eu já tinha decidido que ia ser bióloga. Na época eu nem sabia o que era realmente a Biologia, mas eu sempre tive um grande interesse sobre a natureza, as perguntas, a investigação, a descoberta”, disse a estudante.
Ela falou ainda que estar no MHN é desafiador pelas importantes atividades que ele desempenha e às diferentes pessoas que atende. “A gente tem que se adequar ao público, cativar cada um com suas especificidades. A gente não fala com uma turma do ensino fundamental da mesma forma que fala pra um adulto, assim como não fala com uma pessoa que tem ensino superior da mesma forma que fala com outra que só estudou até o ensino básico. Esse é o bacana de trabalhar no Museu, todo dia é um novo público e todo dia uma nova forma de passar aquele mesmo conteúdo”.
Ou após o vestibular
Para a xará, Júlia Vieira, do setor de Paleontologia, a decisão pelo curso não veio tão cedo, mas antes mesmo do resultado do vestibular ela já gostava da ideia de cursar Biologia. A estudante enxerga a importância da instituição principalmente no que diz respeito em aliar à produção científica com o contato com a sociedade. “Desde 2015 venho, não só estagiando, mas também fazendo parte ativamente das atividades do museu, desde a mediação cotidiana até os eventos de grande público (Fim de Semana no Museu e Halloween, por exemplo) e posso dizer que é muito prazeroso compartilhar conhecimento, ainda mais tendo a chance de aprimorar cada vez mais habilidades como saber informar e também ouvir, dar atenção”, destacou.
Paixão por animais...
Também atuando no setor de mamíferos (mastozoologia), a estudante de licenciatura, Joyce de Lima, estagia no MHN desde 2016. “Eu sempre gostei de animais, e sabia que queria trabalhar com algo que os relacionasse. Minha ideia inicialmente era cursar Medicina veterinária, mas o destino acabou me movendo para a Biologia, na qual acabei me apaixonando”.
No MHN ela destaca as atividades como o Fim de Semana no Museu, mas também vê muita importância em outras ações desenvolvidas. “Além das pesquisas na área de ecologia com os pequenos mamíferos, que é de fundamental importância para o seu entendimento e conservação, outros projetos relacionados a Educação Ambiental, com crianças, são de extrema importância para aproximar a sociedade desses seres vivos e consequentemente estimular a consciência de preservação ambiental, desde cedo”, pontua a estudante.
E pela conservação da natureza
O estagiário do setor de Botânica, Agberto Ferreira, está no MHN há pouco mais de um mês, mas já vê na instituição a oportunidade de colocar em prática o que é aprendido em sala de aula. “O MHN também serve para exercitar o que aprendi, contextualizando com o público, transmitindo e emocionando as pessoas que visita as salas de exposição. A monitoria está sendo muito gratificante, por estou vencendo a minha timidez com o público que nos visita”.
Agberto escolheu a Biologia foi por seu interesse em temas ligados à natureza. “É algo que gosto muito, onde se trabalha a preservação da natureza, com o uso correto dos recursos naturais, fazendo entender a vida em um contexto geral, abrindo os olhos para o nosso eu verdadeiro no universo”, frisa.
Experiências de laboratório e de campo
Mércia Araújo é estudante do 4º período de Biologia e atua nos setores de Paleontologia e Arqueologia do MHN há 8 meses. “Sempre gostei de ciências e de biologia, entrei no curso com o objetivo de ser bióloga forense. O trabalho que o biólogo faz e como isso é traspassado para o mundo, me fez ser apaixonada pela profissão”,  afirma.
Ela destaca ainda importância do museu em várias maneiras de adquirir conhecimento. “É de grande valia para mim, pois proporciona experiências únicas em campo, nos laboratórios, com o público. Gosto muito de estar nos laboratórios de modo geral”.
De estagiário a diretor do MHN
O professor Jorge Luiz Lopes, também é formado em Ciências Biológicas pela Ufal. Mas, as semelhanças com os outros estudantes do MHN não são apenas estas. O atual diretor do MHN e responsável pelo setor de Paleontologia foi um dos estudantes que auxiliaram na fundação do museu em 1991. “Durante o meu curso de graduação na Ufal eu também fui estagiário do Museu, sinto muito orgulho em fazer parte da equipe que fundou o MHN. Fiquei como estagiário durante muitos anos e isso me levou a um melhor conhecimento na área que eu trabalhava na época, que era a herpetologia, me trouxe um amadurecimento muito grande sobre o que é pesquisa. Depois voltei como pesquisador voluntário ao museu e agora como efetivo dentro da Ufal”, relata.
O diretor do MHN classifica a atuação dos estudantes dentro da instituição como vital e enfatiza o crescimento profissional que eles adquirem enquanto contribuem. “Os alunos de Biologia no museu são de grande importância. Aqui eles podem desenvolver pesquisas nas áreas que o museu tem especialidades, eles fazem trabalho de extensão, e hoje um dos melhores modelos de extensão da universidade é o que o Museu de História Natural vem praticando. Além disso, eles também contribuem com a recepção ao público”, concluiu o professor Jorge Lopes.

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