MHN homenageia colaboradores do setor de Herpetologia
Solenidade aconteceu durante a 28ª edição do Fim de Semana no Museu
Por: Graziela França- jornalista colaboradora - 29/07/2019 às 08h00
Em uma emocionante solenidade, colaboradores do setor de Herpetologia
do Museu de História Natural (MHN) da Universidade Federal de Alagoas
(Ufal) foram homenageados e tiveram seus nomes reconhecidos nas salas de
coleções e estudos, durante a 28ª edição do Fim de Semana no Museu, que
aconteceu nos dias 13 e 14 deste mês, na sede do MHN.
O reconhecimento foi feito a pessoas importantes na construção e
expansão do setor. “São pessoas extremamente dedicadas e que
construíram, de diversas formas, esse setor. Na verdade, é um conjunto,
que envolve muitas pessoas e eles estão representando as ações
principais, mas existe muita gente ao longo dessa história”, contou
Selma Torquato, responsável pelo setor de Herpetologia do MHN, que
possui cerca de 20 pessoas entre servidores, estagiários e
colaboradores.
Sala de coleção professora Eliza Freire
A sala que abriga a coleção herpetológica passou a se chamar
Sala professora Eliza Freire, que foi a responsável por iniciar a
coleção do setor logo com a fundação do MHN. Na época, a professora
Juju, como é conhecida, trouxe 66 exemplares de sua terra natal, Rio
Grande do Norte, sendo quatro espécies de anfíbios e 14 de répteis.
“Eu era concursada daqui e fui chamada justamente para ajudar a criar
o Museu de História Natural. Eu já era especialista na área de
Herpetologia e a primeira coisa que me veio a cabeça era criar a
coleção. Então, eu trouxe os primeiros 66 exemplares que eu já tinha
coletado no rio Grande do Norte e coloquei na coleção. Em seguida, eu
tive contato com os meus primeiros estagiários, entre eles Selma e Jorge
[responsável pelo setor e diretor do MHN, respectivamente], que
conheciam as matas alagoanas”, contou a professora.
A professora, que já havia descoberto uma lá no Rio Grande do Norte,
descobriu mais três espécies de anfíbios, duas de cobras e duas de
lagarto, todos aqui em Alagoas, sendo uma delas endêmica da Mata de
Murici, que é a Jararaca de Murici (Bothrops muriciensis), ou seja, se foi encontrada neste local.
“A Ufal representa pra mim a minha primeira trilha, o primeiro
caminhar e meus primeiros passos na carreira acadêmica. Até hoje eu
tenho um amor muito grande pela minha profissão de bióloga e como
professora também, de construir, de edificar, de deixar marcas, eu não
tenho a vaidade de deixar só pra mim”, destacou a professora Juju.
Sala de estudos professor Gabriel Skuk
Já a sala de estudos do setor, onde os alunos e pesquisadores desenvolvem seus trabalhos, se chama agora professor Gabriel Skuk. Uma homenagem ao professor uruguaio, falecido em 2011, e que colaborou com a construção da coleção de girinos, iniciada em 2002, por alguns alunos orientados por ele. Hoje a coleção conta com pouco mais de 500 lotes, incluindo representantes de quase todas as espécies de anuros da região Nordeste, acima do Rio
São Francisco, além de recentes aquisições de lotes provenientes de
outros países da América do Sul, como Argentina, Uruguai e Equador.
Filipe Nascimento, que foi orientando de Skuk, aproveitou a ocasião
para falar sobre a sua atuação. “A gente ia em um congresso e todo mundo
conhecia o Gabriel [Skuk]. E eu sempre me aproveitava, dizendo que era
aluno dele, e isso já abria portas. E hoje pra mim é uma honra estar na
coordenação desse evento e fazendo essa homenagem e é uma alegria muito
grande, eternizar o nome dele, para que os novos alunos que aparecerem
por aqui, saibam quem é Gabriel Skuk”, relatou o organizador do evento.
Sala de tecidos professora Tamí Mott
A sala que da coleção de tecidos recebeu o nome da professora Tamí Mott, que iniciou esse tipo de estudo no MHN, quando mudou-se do Mato Grosso e veio atuar na Ufal, em 2011, após a morte do professor Skuk.
“Desde que eu cheguei eu fui acolhida pela Selma e pelo Filipe. Na época o Filipe era orientando do professor Gabriel Skuk, que tinha acabado de falecer, então, eu assumi a orientação dele e, desde então, venho participando assim com o museu, não cumpro uma carga horária, mas venho aos eventos e todos os meus alunos passam por aqui para conhecer o museu, saber como faz curadoria e tudo mais”, explicou a professora Tamí Mott.
A professora que ainda atua no Instituto de Ciências Biológicas e da
Saúde (Icbs) da Ufal destacou como honra receber a homenagem. “Eu não
tenho nem palavras para agradecer, eu fiquei realmente muito emocionada,
lisonjeada e honrada de fazer parte dessa família, porque eu vejo o
museu como minha família”.
20 anos de colaboração
Além dos professores, o colaborador mais antigo do setor, Ubiratan Gonçalves, também foi homenageado. “Há vinte anos, ele começou a estagiar no setor e desde então seu vínculo nunca acabou.
Se formou, cursou mestrado, sempre contribuindo com o setor, seja no
aumento da representatividade da coleção, seja orientando alunos ou
mesmo conseguindo equipamentos, por meio de projetos de pesquisa
particulares”, pontuou Filipe, lembrando a contribuição do biólogo ao museu.
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